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Valuation: você sabe a importância desse processo? Entenda aqui!

Atualizado: 24 de abr.

Organizar processos M&A requer uma longa jornada de análise e investigação de dados. Nesse sentido, uma das tarefas importantes é o valuation, que compreende um estudo completo de aspectos operacionais, financeiros e comerciais para determinar o valor justo de uma companhia que vai fazer parte da fusão ou aquisição. Para seguir com o processo e tomar uma decisão correta, os gestores e executivos precisam dessa informação em mãos. Nesse sentido, se você deseja reduzir os problemas nas fusões e aquisições e garantir que elas ocorram com sucesso, segurança e agilidade, entenda tudo o que você precisa saber sobre esse assunto!

O que é valuation? O processo de valuation envolve uma análise minuciosa dos aspectos relevantes de um negócio que impactam no seu valor. São realizados cálculos que levantam a projeção de lucros e do fluxo de caixa, bem como conferência de ativos com a subtração dos passivos, entre outros. Contudo, mesmo que seja uma fase importante em processos M&A, não é exclusividade desse tipo de operação. No mercado financeiro, é um conjunto de tarefas que ajudam investidores a entenderem se um investimento vale a pena ou não. Com essa avaliação, eles conseguem identificar o retorno sobre o investimento, bem como a taxa de lucro futura. Além disso, o valuation é crucial em processos como: consultoria financeira, abertura de capital de empresa, distribuição de dividendos e financiamentos. Na etapa de investigação para determinar o valor, as empresas interessadas analisam o histórico de preços de um ativo e os similares no mercado, a fim de obter uma visão completa e verdadeira acerca da condição do investimento. O objetivo é determinar se é um risco ou uma oportunidade de sucesso, se o preço está muito caro, justo ou muito barato. Essa análise envolve métodos de cálculo que necessitam de uma grande quantidade de dados e variáveis financeiras. Ao longo do artigo, vamos explorar cada uma das principais técnicas utilizadas para dar seguimento ao processo. Nesse sentido, é importante obter segurança e organização no levantamento dos dados, de modo a não errar. Voltando aos processos M&A, o valuation é essencial, assim como o due dilligence. Enquanto a diligência envolve estudo de uma série de fatores mais amplos para identificar riscos, o valuation é focado no valor justo de um ativo, com métodos quantitativos a fim de determinar isso.

Para que ele é feito? Já vimos do que se trata, mas temos que entender como é relevante para os processos. Em transações M&A, por exemplo, valuation é crucial para que as empresas obtenham sucesso em suas estratégias. Como essa análise permite previsibilidade, com a identificação dos resultados de uma companhia nos próximos anos, uma de suas utilidades é o estabelecimento de acordo entre as partes interessadas em uma negociação. Ora, quem trabalha com mercado financeiro sabe como isso é difícil em alguns casos, já que é necessária uma metodologia comum e transparente que permita que todos entendam valores exatos e fiquem satisfeitos, sentindo que não estão perdendo dinheiro na transação.

Fusão e aquisição Em processos de fusão, por exemplo, as empresas que tomam a iniciativa devem conduzir o processo de valuation da empresa-alvo, a fim de entender quais as oportunidades e riscos com a união. No caso de uma fusão de duas organizações, por exemplo, a análise das operações, das questões fiscais e da receita vai garantir a tomada de decisão e que as duas cheguem a um valor justo para ambas. Já durante o processo de uma aquisição, o preço oferecido pela vendedora deve estar em conformidade com o que é apresentado pela compradora, para que tudo ocorra bem e o processo siga até a decisão final. Uma aquisição de empresa familiar, por exemplo, é um tipo de operação que geralmente envolve dissidências e um certo apego emocional. Os herdeiros enxergam a companhia como parte da própria família, e isso pode obstruir o processo de negociação, gerando desacordo com relação aos valores e expectativas. Por isso, o levantamento de dados de lucros de ação e patrimônios ajuda a esclarecer o conhecimento e a estabelecer um idioma comum para os todos os envolvidos na transação. Em suma, isso facilita a negociação e impulsiona os resultados, eliminando o gargalo do desentendimento.

Alinhamento de expectativas Assim, é possível alinhar as expectativas. A análise de valuation explicita os pontos fortes e fracos do negócio, assim como as oportunidades de crescimento e dá insights sobre o que será preciso fazer para estruturar bons resultados e manter um índice saudável de lucro. Desse modo, dá para ajustar as expectativas e garantir que todos estejam cientes da situação e condição financeira da organização.

Transparência Além dos processos de M&A, a avaliação geral também é indispensável como um meio de obter transparência fiscal e legal. Em um caso de entrada e saída de sócios na empresa, por exemplo, em que é preciso ter a noção do valor para a divisão, isso é relevante. Disputas judiciais envolvendo acionistas também requerem esse tipo de análise para embasar os argumentos e as decisões.

Organização financeira Da mesma forma, pode ser enxergado como uma maneira mais detalhada de organizar as finanças. Startups ou empresas emergentes geralmente recorrem a essas técnicas para levantar o valor real a fim de buscarem investidores de capital de risco, por exemplo. Vale ressaltar também que, como já citamos, em casos de oferta pública inicial (IPO), a primeira venda de ações de uma organização. Nesse processo, é importante saber qual será o valor dessas ações para a oferta. Ou seja, também é importante para empresas investidoras que estejam interessadas em processos como private equity ou venture capital, que são formas de investimentos em companhias já estabelecidas com o objetivo de impulsionar o crescimento.

Quais as vantagens de realizar o valuation? Como já vimos, valuation envolve uma análise minuciosa de aspectos financeiros, operacionais, comerciais, entre outros. Uma das principais vantagens disso é a avaliação de aspectos intangíveis, como a marca da companhia. Com a investigação desses detalhes importantes, a empresa consegue chegar a uma visão mais ampla acerca do impacto dela no mercado e do seu posicionamento diante das concorrentes. Em uma transação M&A, é importante ter isso em consideração antes de fechar negócio. Afinal, a estratégia de fusão ou aquisição depende de um conhecimento profundo de como as empresas-alvo se posicionam e como a transação vai representar uma mudança com relação ao mercado atual. Se é o caso de uma organização de um segmento tentando chegar a outro por meio de uma aquisição, por exemplo, valuation permite mensurar o impacto que isso causará no novo nicho.

Embasamento de decisões Da mesma forma, é importante para embasar decisões da gerência. Funciona assim: a concentração de dados relevantes permite uma concepção irrestrita que enxerga problemas minúsculos que não estavam claros. Com isso, a empresa é capaz de tomar melhores decisões e solucionar esses problemas, com foco na evolução e no crescimento. Associada a isso está a previsibilidade. Como vamos examinar com cuidado no próximo tópico, valuation permite que a companhia consiga prever com cálculos os lucros no futuro e se os investimentos garantirão um bom retorno. Essa característica é o que atrai investidores e companhias antes de fusões e aquisições, por exemplo. Com essa percepção acerca do futuro, é possível tomar uma decisão correta no presente. A análise pode ajudar a identificar problemas no fluxo de caixa, por exemplo, o que estimula metas e objetivos para reparar essa situação. É possível levantar os fatores que desvalorizam a empresa, nomear cada um deles e ter a base necessária para a ação de reparação disso.

Visão adequada Outra vantagem é a visão adequada acerca das limitações do negócio. Veremos como esse processo requer uma análise inicial da empresa para determinação do método de cálculo ideal, de acordo com suas características e com o seu porte. Ou seja, até para dar o primeiro passo, o ato de analisar o valor da organização já ajuda a obter uma visão mais completa acerca de suas condições. Em casos de empresas emergentes, como startups, o valuation funciona como uma lupa para amplificar aspectos relacionados à viabilidade do negócio. Ou seja, ele apresenta de forma clara as condições e se é possível continuar sustentável dentro daquele caso, considerando, inclusive, macroaspectos, como as incertezas e volatilidade do mercado geral.

Quais métodos de valuation existem? Valuation é um processo que envolve cálculos. No entanto, eles podem ser feitos de diferentes formas, investigando variáveis distintas. Cabe a cada gestor escolher o que melhor funciona de acordo com as especificidades do seu negócio ou a cada investidor com relação ao negócio em que deseja investir. Vamos entender melhor as diferenças entre os principais métodos.

Fluxo de Caixa Descontado (FCD) O mais usado é o Fluxo de Caixa Descontado. Consiste na análise do fluxo de caixa e projeção das entradas e saídas, com o desconto de uma taxa que reflete a desvalorização do capital e os riscos do negócio. Assim, determina se há a capacidade de retorno futuro sobre o investimento realizado. É o método mais preciso de todos, no entanto, apresenta alguns requisitos para funcionar bem: o ideal é que a base de projeção seja entre no mínimo cinco anos e dez anos no máximo. Sendo que, quanto maior o tempo de análise, menor é a precisão dos resultados. Essa técnica é ideal para companhias maiores, com uma certa previsibilidade de caixa e uma boa capacidade de investigação de dados do passado. Startups ou negócios que nasceram recentemente não se enquadram por não apresentarem dados suficientes para observação.

Múltiplos mercados A estratégia dos múltiplos mercados envolve a comparação com outras empresas dentro de um mesmo segmento, ou seja, organizações similares para traçar um resultado relativo. Começa com a definição de um indicador importante: definido pela divisão entre o preço das ações pelo lucro das ações acumulado nos últimos meses. Então, esse valor levantado é comparado com os valores de outras companhias. O método pode incluir também uma comparação com dados históricos da própria empresa. É importante analisar fatores externos que podem distorcer o resultado do método, como fusões e outras questões.

Valor contábil A abordagem contábil considera uma análise de todos os ativos tangíveis da empresa e soma esses valores para chegar a um resultado. Evidentemente, avalia também questões de amortização e depreciação. É um método pouco utilizado, principalmente considerando o cenário crescente de organizações que abrem mão de estruturas físicas e de ativos tangíveis para virtualizar seus recursos, como startups e empresas de tecnologia.

Valuation de liquidação O valuation de liquidação analisa ativos e passivos circulantes e não-circulantes. Então, para chegar ao valor, é preciso realizar uma subtração dos ativos pelos passivos. Um ativo circulante está relacionado ao caixa e valores a receber, fatores dinâmicos que mudam ao longo do tempo. Ativos não-circulantes são os equipamentos, máquinas e questões relacionadas com a estrutura física da companhia. Já um passivo circulante, por sua vez, está associado às contas a pagar, dívidas e empréstimos de curto prazo. Já a definição de passivo não-circulante inclui obrigações contratuais, tributárias e créditos de sócios, por exemplo. Uma característica dessa estratégia é que ela não avalia condições de continuidade do negócio, nem as variações que podem ocorrer a médio e longo prazo.

12 fatores de risco Existem também os 12 fatores de risco, um método que utiliza um conjunto padrão de aspectos para analisar a sustentabilidade da empresa e determinar a projeção do valor de caixa. Primeiro, precisa de um valor padrão, levantado com a comparação com dados de outras companhias. Então, é preciso descontar ou aumentar esse número em 500 mil se o risco é muito baixo, ou muito alto, respectivamente. Se o risco for apenas baixo ou alto, há uma variação proporcional de 250 mil. Se o risco é normal, o valor do caixa permanece inalterado. Os fatores que devem ser analisados pela empresa para ganhar o devido são:

  1. Risco gerencial;

  2. Estágio do negócio;

  3. Legislação/Risco político;

  4. Risco de produção;

  5. Risco sobre as vendas;

  6. Risco sobre o financiamento;

  7. Risco de competição;

  8. Risco de tecnologia;

  9. Risco de litígio;

  10. Risco internacional;

  11. Risco de reputação;

  12. Potencial de saída lucrativa. Depois de todos os acréscimos e decréscimos, a empresa chega a um resultado que representa o caixa. Esse método é ideal para empresas iniciantes.

Outros tipos Existem mais dois tipos de estratégias de valuation: o pré-investimento e o pós-investimento. O pré-investimento envolve o valor antes de um aporte financeiro, ao passo que o pós-investimento busca o valor depois do aporte, o que é interessante para definir a participação de um investidor nos lucros.

Quais as dificuldades e desafios do processo de valuation? Já apresentamos a definição de valuation e os principais métodos utilizados para calcular esse valor. Então, vamos analisar neste tópico as principais dificuldades e os desafios comuns em um processo de avaliação de empresas.

Subjetividade Um dos fatores é a subjetividade. O valuation é um processo que envolve cálculos exatos, mas também uma série de fatores subjetivos que podem pesar na análise. A definição de quais métodos serão utilizados e quais dados históricos são recuperados, por exemplo. Assim, por mais que haja precisão matemática, é preciso considerar um pouco de apego ao negócio, caso esse diagnóstico esteja sendo feito por pessoas de dentro da empresa. Muitos tendem a superestimar o valor por acreditar demais na solução e no impacto da organização e subestimar os riscos. Por isso, é interessante ser o mais transparente possível e estabelecer uma investigação um pouco mais detalhada, em busca de uma visão coerente e adequada. Em um processo M&A, por exemplo, isso pode ser feito em conformidade com todas as partes envolvidas. Pois, assim, é possível chegar a uma oferta ideal para ambos, como já argumentamos.

Segurança Nesse sentido, outro fator importante é a segurança. Valuation envolve muitos dados e requer uma análise completa deles. Isso levanta a necessidade de proteção para que nada disso seja exposto a criminosos ou mal-intencionados. A empresa deve atentar para a forma e abordagem de uso desses dados, a fim de garantir a diminuição dos riscos.

Compliance Existe também o fator compliance, que deve fazer parte do processo. O termo refere-se a conformidade com leis e regulações, em busca de mitigação de riscos e possíveis problemas. Ou seja, estruturar um programa consistente de compliance é necessário para uma análise completa do valor da empresa, pois permite organização dos equipamentos, dos ativos e da companhia como um todo. É importante ter uma boa noção da previsibilidade dos resultados, pois isso ajuda a evitar distorções em métodos, como o Fluxo de Caixa Descontado. Se surgir alguma situação inesperada depois da avaliação, como algum problema de não-adequação a alguma norma fiscal ou de segurança, a projeção desenvolvida anteriormente estará errada, o que afeta todo o planejamento.

Escolha do método Outro desafio de empresas que precisam de valuation é saber exatamente qual o método mais adequado. Em casos de M&A, por exemplo, é preciso ter uma boa noção de qual estratégia adotar para a empresa-alvo, por isso, o investidor deve ter um conhecimento prévio das condições do alvo, do seu porte e de seu posicionamento. Como vimos, cada método se aplica a diferentes cenários, mesmo que seja interessante também unir os métodos para uma análise mais profunda e robusta. Mesmo que o Fluxo de Caixa Descontado seja o mais comum e seja muito preciso, ele precisa de uma quantidade imensa de dados históricos e de uma certa estabilidade dos caixas da organização, como já falamos. Assim, não é indicado para empresas menores e ainda em desenvolvimento.

Levantamento das informações necessárias Além dos que citamos, vale destacar também o desafio de levantar as informações corretas e nas proporções ideais para cada análise. No método de múltiplos mercados, por exemplo, um dos problemas é encontrar empresas similares, com planos de negócio parecidos, a fim de utilizar como um espelho. Ao passo que o método contábil precisa de um conhecimento amplo e preciso acerca de todos os ativos pertencentes ao patrimônio da companhia. Do mesmo modo, a abordagem de liquidação também requer um conjunto muito grande de dados acerca de ativos e passivos, o que pode ser complexo se a empresa não gerencia suas atividades de maneira organizada e centralizada. É importante destacar que esses fatores diminuem a precisão dos métodos e podem se apresentar como empecilhos para o conhecimento adequado acerca do valor da organização. No entanto, o fato de que existem vários facilita a tarefa e permite que eles sejam combinados, como já mencionamos.

Qual a fórmula de Valuation? Para exemplificar o que já vimos, ilustraremos a fórmula de valuation de Fluxo de Caixa Descontado, que é o mais comum de ser feito. A fórmula para calcular as projeções é: FCD = FC1 / (1+r)¹ + FC2 / (1+r)² + FC3 / (1+r)³ Sendo que FCD é o valor geral, FC1 é o fluxo de caixa do primeiro ano, FC2 é o fluxo no segundo ano e assim sucessivamente. r é a taxa de desconto. É necessário também uma taxa de crescimento para estimar o fluxo de caixa em cada ano, o que não entra na equação, mas determina os FCs.

Quais os exemplos de análise de valor de grandes empresas?

Hering A brasileira especializada em vestuário Hering apresenta um caso de valuation feito da maneira errada. Depois de um pico de crescimento, a empresa passou de R$ 20 milhões para R$ 300 milhões de lucro anual, o que empolgou alguns investidores. No entanto, a corporação não realizou uma análise aprofundada das projeções de caixa e não previu uma estagnação nos resultados futuros, o que também está relacionado com a crise econômica do Brasil.

Itaú Já o caso do Itaú permite compreender o crescimento da empresa mesmo em meio à crise dos últimos anos. Um dos motivos é justamente a fusão com outras empresas, como o Unibanco, que ocorreu em 2010. Isso tudo impacta na avaliação da organização e na sua oferta de valor. Uma companhia do seu tamanho se beneficia de uma análise FCD. Valuation é uma etapa fundamental em transações e negociações do mercado financeiro. Consiste em identificar o valor de um ativo, com o estudo minucioso de suas projeções e rendimentos nos próximos anos, além de uma compreensão precisa do que entrará e do que sairá do caixa da companhia. Com a definição de um preço justo, as operações M&A são bem-sucedidas, com expectativas alinhadas e acordo entre as partes. Curtiu as dicas e a abordagem? Agora, entenda tudo sobre os processos M&A e confira como o valuation é fundamental.

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