Você sabe o que é joint venture? Com as mudanças na dinâmica do mercado, fruto da globalização e da tecnologia e que facilitam as relações entre as empresas, a joint venture se tornou uma forma comum de negociação.
Para se adaptar bem à modernidade, é importante aprender as características desse modelo empresarial e entender suas particularidades e diferenças com relação aos outros processos de fusões e aquisições (ou M&A, na sigla em inglês).
Neste artigo, vamos explicar o que é joint venture e mostrar como ela funciona na prática. Boa leitura!
O que é joint venture?
O conceito de joint venture, ou empreendimento conjunto, diz respeito à união entre duas ou mais companhias, mas de uma maneira diferente da fusão — o que será explicado a seguir. Ela é um modelo de parceria temporária, em um acordo de investimento que visa unir forças para expandir os negócios e conquistar oportunidades em novos setores. Porém, ela também pode acontecer por um período indeterminado.
Em ambos os casos, as companhias compartilham não somente os recursos, matérias-primas, capital, canais de distribuição, ferramentas e conhecimento de mercado, mas também riscos. Elas enfrentam dificuldades juntas, se complementando. Além disso, é um modelo benéfico quando as parceiras estão em condições diferentes.
Por exemplo, uma empresa pode ter um poder financeiro maior para investimento em tecnologias novas, ao passo que a outra tem uma equipe especializada melhor, com mais experiência e know how. Elas podem unir essas duas forças para explorar novos caminhos e alcançar maiores resultados.
Quais são os tipos de joint ventures? Em termos jurídicos, uma joint venture pode se classificar em dois tipos:
Contratual: parceria que não envolve a criação de uma nova entidade, mas as empresas compartilham os riscos e lucros segundo as definições de um contrato;
Societária: criação de uma nova entidade jurídica para realizar um projeto em comum. Em termos econômicos, elas se dividem em:
Equity: envolve associação de capitais;
Non-equity: não há associação de capitais. Antes, as joint ventures eram iniciativas de empresas de diferentes ramos, mas a popularização do conceito permitiu que várias organizações concorrentes começassem a experimentar esse modelo também.
Quais as características da joint venture?
Nesta seção, vamos analisar as características desse modelo de parceria, que se desdobram amplamente em relação aos seus participantes. Tanto a índole dos envolvidos quanto o que eles buscam conquistar delimitam o que esperar da joint venture. Entenda.
Acordo entre parceiros
Para que o resultado da joint venture seja positivo, é necessário que, como uma das principais características, todos os envolvidos sejam leais e estejam dispostos a enfrentar os riscos e as dificuldades, a fim de garantir o sucesso. Afinal, será necessário compartilhar o investimento inicial, seja em capital humano e expertise ou em outras questões. Em casos que não há contrato, o que define as negociações é basicamente o acordo.
Busca de benefício comum
Geralmente, os envolvidos em joint ventures buscam objetivos comuns e se unem para alcançá-los com facilidade, uma vez que dobram a capacidade empresarial e a experiência. Contudo, os benefícios a serem buscados devem estar bem claros desde o início do processo, com a devida comunicação entre as partes, para que a relação dê certo.
É importante ressaltar que as filosofias das organizações envolvidas precisam ser compatíveis, pois elas trabalharão juntas. As expectativas, naturalmente, devem estar alinhadas também. Inclusive, existiram casos de parcerias que acabaram de maneira inesperada justamente por falhar nesse quesito.
Redução de custos
Como os recursos são dobrados, as joint ventures representam maior redução de custos para as companhias envolvidas. É como ingressar em um novo mercado, explorando diferentes oportunidades e com gastos divididos — e isso é o que torna o modelo viável.
Assim, a produção é mais barata, ágil e os prejuízos são compartilhados entre as empresas envolvidas. Por essa razão, esse tipo de sociedade é interessante para algumas marcas de pequeno e médio porte, já que permite conquistar novos espaços com despesas controladas.
Crescimento rápido
Outra característica das joint ventures é a capacidade de crescimento exponencial. As companhias passam a ter oportunidade de chegar a novos mercados e atuar em regiões que antes nem eram possíveis, justamente por conta da união dos esforços e dos menores custos. Assim, é possível superar desafios com mais facilidade e até mesmo investir em estratégias mais ousadas como internacionalização.
Diminuição da concorrência
A nova empresa também começa com a capacidade de atenuar os impactos da concorrência e enfrentar o mercado com o conhecimento necessário e com a capacidade de investimento ideal. Dessa maneira, a companhia é capaz de enfrentar as barreiras do nicho em que atua e obter resultados incríveis.
Melhoria de produtos e serviços
A união de empresas com uma boa capacidade de investimento em tecnologias, capital humano, horas de trabalho ou expertise resulta em uma melhoria considerável na concepção de produtos e serviços. Isso é interessante para que uma joint venture consiga se posicionar bem em algum mercado diferente, desbancando as dificuldades naturais e alcançando o crescimento desejado.
Com o devido capital para efetuar a renovação necessária, a nova organização é capaz de se manter atualizada e cada vez mais competitiva, de uma maneira mais fácil do que as corporações isoladas.
Essa otimização garante que o nome da empresa seja associado a qualidade, o que influi na fidelização de consumidores. Além disso, esse benefício também recai sobre as companhias que se uniram para estabelecer a joint venture, e elas também crescem nos seus mercados enquanto a nova entidade se estabelece.
Qual a diferença entre joint venture e processos de fusão e aquisição?
Ao entender o que é e quais são as principais características da joint venture, surge também a necessidade de compreender como ela se diferencia do conceito de fusão e aquisição. De forma simples, é possível apontar que o primeiro é um processo não definitivo, enquanto o segundo, sim.
Isso acontece uma vez que o primeiro envolve a criação de uma nova entidade para representar as empresas que uniram forças, enquanto a segunda é a união dessas empresas em si, podendo ser finda se desejado e conveniente para qualquer uma das partes.
Quando duas empresas se fundem, elas juntam seus recursos e capital para formar uma única organização, como se começassem do zero novamente. Já na joint venture, as organizações se unem para gerar uma nova entidade independente, enquanto ainda mantêm as identidades jurídicas separadas.
Quais são as vantagens e desvantagens da joint venture? Muitas vantagens podem ser obtidas por meio da joint venture, mas, também, muitos riscos e desafios estão relacionados a ela. Alguns dos principais benefícios que podem ser conquistados junto a um empreendimento conjunto incluem:
Experiências e tarefas compartilhadas;
Desenvolvimento de novos serviços, produtos e soluções;
Menores riscos oferecidos pela concorrência e por processos internos;
Presença aprimorada em novos mercados, em comércios mais fortes e em canais de divulgação e distribuição;
Lucros maximizados;
Novas informações, conhecimentos e tecnologias à mão;
Possibilidade de expandir os negócios;
Acesso simplificado a recursos difíceis de se obter etc. Em suma, tais vantagens estão relacionadas a uma busca pelo aprimoramento do sucesso, da rentabilidade e do alcance das empresas envolvidas na joint venture. Alguns riscos e desafios que podem entrar no caminho desse esforço incluem:
Deslealdade ou ocultamento de informações por uma das partes;
Burocracia, demora e rigidez para a realização do processo;
Discrepâncias entre os valores e objetivos das lideranças envolvidas na joint venture;
Dificuldade para criar objetivos em comum e estabelecer metas para sua realização;
Finalização do acordo sem benefícios para nenhuma das partes envolvidas.
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