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Por que os IPOs evaporaram?

Atualizado: 24 de abr.

Diante de um cenário turbulento do mercado, que conta com uma alta do Selic que em janeiro de 2021 era de 2% e passou para 12,75% até maio desse ano, foi notável o desaparecimento de um espaço para que houvesse o lançamento de IPOs.

Dessa forma, as empresas que vieram a público entre 2020 e 2021 aproveitando da liquidez do mercado, agora se veem diante de uma situação na qual as suas ações estão cotadas abaixo dos valores que foram alcançados nos IPOs.

A titulo de comparação, em 2021 cerca de 13 empresas lançaram as suas ações na B3 logo nos dois primeiros meses, algo que não aconteceu da mesma forma esse ano. Acredita-se que mesmo diante de um momento positivo específico, as altas se restringem atualmente às áreas petrolíferas e mineradoras.

Um dos motivos apontados para o sumiço das IPOs foi a guerra. Mas existem vários fatores que contribuíram para essa situação.


Confira a seguir mais detalhes sobre o assunto!

O que aconteceu com as IPOs?


Um dos motivos pelo qual as IPOs sumiram nos últimos tempos vem do fato de que existe uma complicação maior e muitos desafios em relação à abertura de capital nesse momento no mercado.

Alguns especialistas indicam que um dos principais motivos para essa questão é o fato de que há uma curva de juros bem ascendente e uma inflação que conta com uma tendência muito grande e que ao que aprece não vai arrefecer em um momento tão breve.

Até março deste ano, quando as empresas não haviam realizado nenhum IPO, já se esperava que o cenário permanecesse dessa forma e as expectativas eram de que muitos planos seriam mudados no mercado.

E diante disso, foram mais de 15 que acabaram por adiar ou então desistiram de fato de abrir o capital na bolsa, observando que o momento não seria de forma alguma positivo para essa ação diante da inflação e da curva ascendente de juros notável pela qual o mercado vinha passando.

Um caso que mostra claramente o que tem acontecido em relação às IPOs é o que aconteceu com o Nubank. O banco digital havia feito IPO na bolsa de Nova York em dezembro de 2021. Com isso, chegou até mesmo a receber uma cotação alta, de US$ 11,85.

Entretanto, diante das mudanças desse cenário visto atualmente, o banco acabou passando por algumas questões problemáticas, chegando a US$ 3,50 já ao final de maio. Mas não somente o Nubank, outros gigantes do mercado passaram pela mesma situação, como Neogrid, Multilaser, Dotz e outros.


Qual melhor investimento neste cenário?


Com as mudanças no mercado atual relacionadas às IPOs é preciso entender a respeito de quais investimentos ainda podem ser positivos para driblar essas questões. Dessa forma, o melhor investimento que pode ser feito é em ações de boas empresas.

Mas vale mencionar que as boas empresas não vão precificar nesse momento exato, mas é esperado que em dois anos o retorno seja superior ao dos juros.

Um ponto a se mencionar é que não fazer IPO de forma alguma significa que há uma perda de valor. Em muitos casos, isso mostra na realidade que a saída mais tarde acaba valorizando o ativo e adiciona uma possibilidade de que haja um trabalho mais amplo da empresa para que em outro momento existam compradores que estejam dispostos a pagar um valor mais alto.


Volume de captações do mercado cresceu


Com o sumiço das IPOS do mercado nesse ano foi possível observar um movimento diferenciado. Mesmo com essa questão ocorrendo, não houve uma estagnação uma vez que as empresas responderam ao momento lançando títulos de renda fixa no mercado.

E com isso, o volume de captações no mercado de capitais do Brasil, já no primeiro trimestre do ano de 2022, mostrou um aumento considerável, chegando a R$105,2 bilhões, dados levantados pela Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais.

Portanto, vale mencionar que desse total, a renda fixa se destacou por 85% com captações, somando R$89,1 bilhões em registros feitos de janeiro a março desse ano. O que já pode ser considerado como o melhor primeiro trimestre desde o ano de 2012.

Há uma perspectiva de que o número de operações venha aumentar ainda mais, podendo assim chegar a mais R$ 19,7 bilhões, como as ofertas que foram analisadas pela Comissão de Valores Mobiliários e outros aspectos.

Esse feito conquistado no primeiro trimestre do ano se deu por algumas questões bem específicas. Nesse cenário de sumiço das IPOs e com novas oportunidades no mercado para driblar estas mudanças.

Vale destacar que o ponto principal que trouxe esses resultados no primeiro trimestre foi a emissão de debêntures, que resultou em R$ 55,9 bilhões.

Esse resultado é quase o dobro do que foi registrado no mesmo período ano passado, o que demonstra que de fato houve uma movimentação positiva no mercado, sendo também um recorde para este tipo de ativo específico.

A Anbima comentou no seu levantamento a respeito destes valores das captações. O órgão pontuou algumas empresas que se destacaram pelas suas grandes operações nesse aspecto, como a Claro, que conseguiu captar cerca de R$ 4,2 bilhões.

Outra que apareceu em destaque no levantamento feito pela Anbima foi a Equatorial Energia, que conseguiu a captação de R$ 4 bilhões. Por fim, outro destaque neste sentido foi a Iguá, RJ, que captou também R$4 bilhões.

Com estes bons resultados, vale mencionar que o principal destino das captações que foram feitas neste sentido através dos debêntures, foi a possibilidade de que pudesse oferecer assim um capital de giro.

Portanto, as empresas enfrentam um cenário desafiador e devem se preparar para as oportunidades que aparecerem no mercado com o sumiço das IPOs e a dificuldade de investir nesse sentido por agora, por diversos fatores, como a questão dos juros em ascensão e a inflação.

Desse modo, muitos gestores têm adiado as suas operações de abertura de capital, de maneira a entender o que acontece no mercado e adotar novas medidas para obter bons resultados. Vale mencionar que mesmo com este cenário por vezes instável, existem boas oportunidades no mercado privado para se investir.

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