O governo Bolsonaro foi eleito prometendo a promoção de uma grande agenda de privatizações de empresas. Para quem trabalha com investimentos, fusões e aquisições, conhecer as bases desse projeto e entender as mudanças que ocorrerão na economia é crucial.
Governos promovendo uma agenda de privatizações é algo que já se tornou comum no Brasil. Porém, o novo presidente e o seu ministro da Economia pretendem reduzir ao máximo a presença de empresas estatais na economia.
Quer saber como isso afeta os seus investimentos? Então continue a leitura! Vamos lá?
O que é a privatização?
A privatização de empresas públicas é o processo em que o governo deixa de ser dono de uma estatal. As empresas têm as suas contas avaliadas, assim como a sua infraestrutura para que o Estado possa definir o seu valor de mercado.
Após a aprovação da venda pelo Congresso, um leilão é realizado com uma oferta pública de ações. Assim, os interessados podem adquirir partes da companhia utilizando pacotes de ações com controle majoritário ou minoritário.
O que é uma fusão?
Fusão é o termo utilizado para definir o processo em que duas ou mais empresas se unem para formar uma nova. Em função disso, é finalizada a existência formal dos negócios para um novo.
Um exemplo de fusão que ocorreu nos últimos anos foi a do Unibanco pelo Itaú. Após a crise financeira de 2008, as operações das duas instituições financeiras foram unificadas. Assim, surgiu uma nova empresa, o Itaú Unibanco, sendo a marca Itaú a única a ser mantida.
O que é uma aquisição?
A aquisição é o processo em que uma empresa adquire a maioria das ações de outra companhia privada. Nesse caso, a empresa adquirida não muda o seu nome, ou seja, para os clientes ela continuará existindo.
Um exemplo de processo de aquisição foi a compra de 50% das ações da Ferrari pela antiga holding italiana Fiat S.p.A. em 1969 (e a posterior expansão para 90% das ações em 1988). Nesse caso, as empresas mantiveram as suas operações separadas, ainda que a Fiat se mantivesse como acionista majoritária da Ferrari. No Brasil, podemos apontar como exemplo a compra do HSBC realizada pelo banco Bradesco.
Quando vale a pena fundir ou adquirir uma empresa? Há uma série de fatores que podem levar duas empresas a optarem pelo processo de fusão ou aquisição. Em geral, todos são orientados para um aumento da vantagem competitiva dos negócios após a finalização do processo. Durante a privatização de empresas públicas, um negócio pode optar por fundir com uma empresa pública para ampliar a sua fatia de mercado ou ter acesso a patentes. Ao mesmo tempo, a aquisição pode permitir a entrada em um novo mercado sem a necessidade de realizar longos processos de pesquisa, contratação de pessoas e aquisição de máquinas. Nesse sentido, é importante sempre avaliar itens como:
o tempo em que a empresa está no mercado;
o seu posicionamento diante de concorrentes;
o capital humano existente no negócio;
a cultura organizacional;
os processos de compliance e análise de riscos já existentes;
a carteira de clientes;
as dívidas existentes;
o tamanho do patrimônio. Na privatização de empresas públicas, todo governo abre tais informações para investidores. Essa estratégia busca aumentar o número de interessados, assim como a receita obtida com o leilão da estatal: quanto maior o nível de transparência, maiores as chances de o governo conseguir um bom lucro com a venda da empresa. Portanto, sempre esteja atento a tais detalhes. Identificar cada ponto da estrutura interna de uma empresa pública que está em processo de privatização é crucial para evitar riscos, identificar os ajustes que serão necessários e qual o tempo necessário para obter um bom retorno sobre o investimento.
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