Desde 2014, a economia passa por momentos difíceis. Mesmo com a agenda de reformas estruturais, ainda há muita incerteza entre os investidores e baixa demanda por novos serviços. Nesse cenário, a busca pelas estratégias de M&A cresceu e já atinge até mesmo o mercado de ensino superior.
Diante das restrições impostas pelos cortes em programas como o Programa de Financiamento Estudantil, o FIES, e o Programa Universidade Para Todos, o ProUni, muitos negócios de pequeno e médio porte colocaram os seus ativos a venda. Para quem atua na área, essas oportunidades podem se revelar investimentos estratégicos.
Quer saber mais sobre o que é um processo de M&A e por qual motivo ele tem ganhado destaque nas estratégias de gestores educacionais? Então veja o nosso post a seguir!
Como o processo de M&A funciona?
O processo de fusões e aquisições no mercado de ensino superior tem sido realizado para tornar negócios mais eficientes ou mesmo financeiramente saudáveis. Além disso, ele facilita a entrada em novos mercados, seja em termos de área de atuação (quando uma empresa de ensino superior expande os seus serviços para o ensino básico) ou mesmo geográfico (quando há a entrada da marca em um novo estado ou cidade).
Mas como essa é uma área complexa, em que erros podem levar a prejuízos para os investidores, os profissionais e estudantes, há a necessidade de se tomar muito cuidado em cada etapa. A alta regulação exige preparo de todos para que falhas não ocorram e possam prejudicar (ou atrasar) o projeto de M&A.
No caso das fusões e aquisições no mercado de ensino superior, há uma série de detalhes que sempre são observados pelo gestor. Entre os mais importantes, nós podemos apontar:
a necessidade de identificar a finalidade da instituição — às vezes, uma empresa está voltada para público ou nível de ensino que não está nos planos futuros de quem realiza o investimento;
a localização da instituição: a entrada em novos mercados deve ser feita com cuidado, principalmente quando isto envolve a inserção da marca em novas regiões, em que ela não é conhecida;
o número de alunos matriculados, assim como o seu ticket médio — este valor terá um impacto direto nas perspectivas de retorno financeiro a médio e longo prazo com a fusão ou aquisição da instituição de ensino;
o percentual de alunos que são financiados por meio de programas como o FIES e o ProUni — isto pode deixar a instituição de ensino exposta a cortes governamentais, afetando a sua lucratividade;
os cursos que são autorizados ou reconhecidos pelo MEC com os seus respectivos CPCs — ter um curso reconhecido pelo MEC é algo crucial para o sucesso da instituição e o fortalecimento da sua marca na região em que ela atua;
a quantidade de vagas que está autorizada pelo MEC — este fator também contribui para a análise de possíveis retornos financeiros;
a composição do corpo docente e de técnicos-administrativos, assim como a sua qualificação — este fator impacta na qualidade operacional da instituição, a sua capacidade de atrair novos alunos, ser reconhecida pelo mercado e realizar novas pesquisas;
a situação financeira, administrativa e predial da instituição — ter uma visão completa sobre estes fatores evita um investimento de risco elevado;
a situação judicial da IES — detalhes sobre processos em andamento tornam as perspectivas de prejuízos e riscos mais precisas.