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Empresas latino-americanas: por que estão chamando a atenção dos investidores globais?

Atualizado: 23 de abr.

Você sabia que as empresas de países latino-americanos têm chamado a atenção de investidores nos últimos anos? Pois é, essa região, apesar de ter economia emergente, apresenta muito potencial econômico.

Quer entender melhor sobre esse tema?


Então, continue acompanhando nosso artigo e boa leitura!


É de conhecimento comum que a América Central e a América do Sul são continentes que sofrem com problemas socioeconômicos. Há uma lista imensa que inclui a desigualdade social, a falta de oportunidades educacionais, o racismo, a discriminação, violência contra as mulheres e minorias, a criminalidade, entre outros.

Mas, ainda assim, há capital. E os investidores internacionais apostam em empresas latino-americanas e nos veem como uma grande oportunidade para o seu capital de investimento.

Antes de tudo, é importante conhecer um pouco do processo de industrialização desses países.


A industrialização dos países da América Latina


A economia da América Latina é, majoritariamente, composta por atividades do setor primário da economia, que produzem a matéria primária, ou seja, a matéria-prima, produtos extraídos ou cultivados da natureza que serão consumidos ou transformados em outros posteriormente (produção de produtos agropecuários, extração vegetal, animal e mineral).

O processo de industrialização da maioria dos países latino-americanos aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, pois os países industrializados da época estavam passando por um momento de reconstrução pós-guerra.

Nesse sentido, devido à ausência de alguém de fora que pudesse abastecer os países da América Latina com produtos industrializados, surgiu a necessidade de se industrializar, a chamada industrialização por substituição de importação. No Brasil, esse processo durou cerca de 50 anos.

É relevante ressaltar que essa tal industrialização por substituição de exportação também foi uma industrialização tardia, que se deu somente no século XX, quase cem anos depois dos países que se industrializaram com a Revolução Industrial (1760-1840).

É curioso pensar no porquê investidores globais teriam interesse em investir em empresas de países ainda em desenvolvimento. Como disse Paulo Roberto Feldmann, em sua obra “Empresas Latino-Americanas: oportunidades e ameaças no mundo globalizado”, “muito ainda pode ser feito em termos de melhoria do ambiente empresarial e da macroeconomia para que se consiga (...) florescer e avançar no mundo globalizado”.

As empresas latino-americanas são diferentes de empresas de países europeus e dos Estados Unidos. Temos uma cultura que leva em conta a forte influência da família e das amizades, além dos muitos recursos naturais e da mão de obra barata que aqui se encontra.


Quais são as razões atuais para essas empresas receberem a atenção de investidores globais?

A LatAm, comunidade tecnológica da América Latina, tem passado por um grande crescimento tecnológico nesse período de recuperação econômica da pandemia.

Um dos motivos para isso é o fato de que os grandes centros tecnológicos atuais, como o Vale do Silício nos Estados Unidos, têm sofrido uma desconcentração das grandes empresas, que tiveram uma tendência de migrar para o trabalho e reuniões “à distância”. Assim os investidores puderam enxergar melhor além desses grandes centros. Esse processo foi chamado por Nico, CEO da , de “boom tecnológico”.

Além disso, na América Latina há um influxo de investimentos em capital de risco (investimento em empresas que não compõem a Bolsa de Valores). O que, com isso, colabora ainda mais para a atenção que as empresas da LatAm estão recebendo é o ambiente diversificado e os talentos que os investidores aqui encontram.

Uma pesquisa realizada pela revista Exame concluiu que as melhores cidades da América Latina para investir são: São Paulo, Santiago, Cidade do México, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Cidade do Panamá, Lima, Monterrey e Bogotá.

Essa pesquisa reflete, também, os dados do ranking de investimento de capital corporativo financeiro (de 2018): o Brasil liderou os investimentos com grande vantagem (66,2%), depois a Colômbia (16,9%), seguida do México (8,8%), Argentina (4,2%), Chile (2,3%) e Peru (0,8%).

Nesse sentido, os investidores internacionais enxergam essas cidades como ambientes, sim, tecnológicos, mas não tão competitivos (como o Vale do Silício, por exemplo), já que ainda estão em processo de crescimento e promissores. Em outras palavras, tais regiões são ideais para um crescimento rápido.


Um outro avanço dos países da América Latina é que, segundo a , foi feita uma projeção de que até o próximo ano, quase metade das maiores empresas da região irão adquirir a governança em nuvem assistida por inteligência artificial para seus dados. Tal projeção está em total sintonia com a tendência global, 80% das empresas da Forbes Global 2000 também farão o mesmo.Realização de eventos.

Nesse ano (2022), aconteceu a primeira edição do , realizado pela Latitud.

O evento contou com apresentações de Andrés Bilbao (cofundador da Rappi), Camilla Junqueira (Endeavor), Sergio Furio (CEO na Creditas), Mike Krieger (cofundador do Instagram) e outros. E, reuniu executivos, investidores e grandes nomes do venture capital global e, nele, foram discutidos assuntos sobre o mercado da América Latina.


Mesmo em meio a um cenário desafiador para muitos países do mundo, o evento se mostrou muito promissor e mostrou como a América Latina tem se destacado e deve receber cada vez mais investimentos. Sem dúvidas o evento proporcionou muitas oportunidades de investimento e parcerias!

Durante esse Summit, ficou evidente o quanto o mercado atual está à procura de inovação e as novas empresas (ou até mesmo as startups) demonstram ter mais energia para aprimorar produtos e viabilizar soluções novas.


Ademais, vale destacar uma estratégia que vem sendo utilizada por essas empresas: o corporate venture, que se trata de uma forma de empreendedorismo corporativo para dinamizar o processo de inovação.

Por meio dessa estratégia de inovação, pode-se obter uma nova ideia, oportunidade ou estratégia, aperfeiçoar a cultura da empresa, alcançar algum mercado, criar um produto, solucionar um problema, entre outros.

Essa é uma excelente forma de se manter atualizado num mercado cada vez mais plural e complexo, assim como o mundo atual.

Tal prática vem sendo usada há anos por empresas americanas e europeias que colaboram com pequenas - mas cheias de potencial - startups.

Essa prática tem trazido avanços tecnológicos e transformações culturais locais e globais para as empresas da América Latina.


Ainda, muitos países da região têm investido em “desafios, scouting missions, hackathons, incubadoras e programas de aceleração, fundos de capital corporativo, além de investimentos diretos e aquisições”, como diz um artigo da . E os principais setores industriais são serviços financeiros e tecnologia da informação.

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