Operações de fusão e aquisição são processos longos que requerem conformidade entre as entidades envolvidas. Para que haja acordo entre as partes e organização, é preciso realizar uma tarefa importante: o valuation. O termo se refere à avaliação de valor de uma companhia para estabelecer o preço justo da oferta.
Para identificar problemas em tempo em transações M&A e garantir que elas ocorram com sucesso, é importante saber como definir quanto vale uma empresa. Se quiser saber mais, continue acompanhando o artigo.
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Como definir quanto vale uma empresa?
Estipular o valor de uma companhia é fundamental, como já vimos. No entanto, como fazer isso?
É preciso, inicialmente, considerar que essa avaliação requer uma análise profunda dos dados históricos da empresa e de informações internas das operações e projetos do dia a dia. Com esses dados disponíveis, é possível realizar predições acerca da lucratividade no futuro e, portanto, chegar a um preço e estimativa do valor intangível da marca.
Nesse sentido, o processo de valuation é de extrema importância. Esse conceito compreende uma série de técnicas e cálculos para levantar um preço justo de uma organização. São feitas projeções de fluxo de caixa, bem análises dos ativos e passivos da corporação, assim como a conferência de todos os equipamentos que fazem parte do patrimônio interno.
O valor também é definido com análises comparativas. Em alguns casos, é interessante comparar com empresas que apresentem modelos de negócio parecidos, a fim de compreender melhor como a companhia se posiciona no mercado. Já em outras situações, a organização pode comparar seus números com seu próprio histórico, de modo a compreender sua evolução e crescimento.
Qual a importância do processo de valuation?
Valuation é uma parte importante de processos de fusão e aquisição, assim como o Due Dilligence. Essas operações são similares, com a diferença que o valuation está interessado em definir um indicador quantitativo. Ambos, contudo, compreendem o escrutínio de questões financeiras, fiscais, contábeis e organizacionais de modo a possibilitar melhores decisões.
Alinhamento de expectativas
Em processos M&A, um dos problemas comuns é a falta de alinhamento de expectativas. As entidades participantes frequentemente não conseguem chegar a um fator comum, por falta de conhecimento acerca das estimativas da corporação.
Ou seja, a parte compradora não consegue enxergar o crescimento da organização-alvo e os lucros do futuro, ao passo que a empresa-alvo às vezes superestima o seu valor por acreditar demais nas suas possibilidades.
Para que essas visões distorcidas sejam corrigidas, é preciso conduzir uma operação de valuation. Com o levantamento do valor real e das projeções de lucros futuros, é possível, então, garantir comunicação entre as partes e um acordo sobre os valores justos a serem negociados.
Previsibilidade
O ato de avaliar uma corporação e fazer predições acerca dos lucros futuros gera previsibilidade para o negócio. Uma companhia que sabe quanto vale tem o devido conhecimento acerca das suas possibilidades de investimento e exploração no futuro e no presente.
Ou seja, a organização conhece bem suas condições, pontos fortes e fracos, o que ajuda a definir propostas de melhoria e a se posicionar no mercado.
Da mesma forma, valuation pode ser crucial para expor limitações e riscos de negócio. Em um processo de aquisição de empresa, por exemplo, ao avaliar a empresa-alvo, a entidade compradora detecta possíveis riscos de lucratividade e problemas financeiros com os quais terá que lidar no futuro. Assim, já conseguem determinar estratégias para reparar esses problemas.
Atração de investimentos
Além dos processos M&A, a definição do valor da companhia também é imprescindível para atração de investimentos que viabilizam pagamento de dívidas, expansão dos negócios, bem como projetos de pesquisa e desenvolvimento. Isso é útil principalmente no caso de empresas menores e emergentes, como as startups.
Para iniciar um processo IPO (Oferta Pública Inicial) e se tornar pública, por exemplo, é preciso ter uma noção consolidada do valor do negócio para definir o preço das ações e a participação dos acionistas.
O próprio IPO exigirá um conhecimento mais aprofundado da empresa sobre suas questões financeiras, fiscais e contábeis, já que tudo deve ser reportado para gerar transparência para os envolvidos e investidores. Como o valuation já foi feito, a criação dos relatórios será mais fácil.
Como fazer valuation em minha empresa?
O processo de valuation envolve o levantamento de um valor quantitativo, o que pode ser feito com diferentes métodos de cálculo que conheceremos em seguida neste tópico.
Mesmo sendo um cálculo, é uma atividade que também apresenta determinada subjetividade. Afinal, o levantamento e a seleção de informações para análise é feito de acordo com um certo viés. Por esse motivo, um dos objetivos da operação é reduzir essa subjetividade e otimizar a precisão do mecanismo de cálculo.
Para isso, é importante escolher o método ideal e coletar o número necessário de dados de acordo com o método.
É preciso também ter organização na concentração dos dados, em busca de segurança. Afinal, esse processo envolve uma grande quantidade de informações internas da empresa que são valiosas para o seu posicionamento no mercado. É preciso ter cuidado com o compartilhamento desses dados em fusões/aquisições, por exemplo, para que eles não vazem para entidades que não estão envolvidas.
Depois de considerar os cuidados, é hora de escolher a abordagem. É possível fazer valuation com alguns métodos principais: Fluxo de Caixa Descontado (FCD), Múltiplos Mercados e Liquidação. Vamos conhecer as características de cada um deles e um passo a passo para realizar FCD.
Fluxo de Caixa Descontado
O FCD é o método mais popular e mais preciso para levantar o valor de uma empresa. Consiste em levantar estimativas acerca do fluxo de caixa dos próximos anos e abater esses valores com uma certa taxa de desconto, que representa o risco de desvalorização do capital da corporação.
Assim, é possível chegar a um total que estabelece a previsão de lucro do futuro e, portanto, a capacidade lucrativa da organização. Com isso, investidores sabem se a companhia realmente é uma boa oportunidade de investimento ou não, e compradores são capazes de definir o quanto pagar por uma oferta.
Para fazer o Fluxo de Caixa Descontado, o primeiro passo é: levantar o valor de caixa atual e dos próximos anos. Isso é feito com a coleta de informações financeiras e conferência dos recursos que entram e saem da companhia.
Em seguida, é importante estipular a taxa de desconto, de acordo com definições do mercado. Depois, a empresa pode somar e chegar ao resultado.
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